Na mitologia grega e berbere, Anteu (em
grego antigo, Avraíoς/Antaíos) era filho de Posídon, (Netuno dos romanos), deus supremo do mar, e de Gaia a Terra Mãe.
Este colosso tinha a particularidade de ser praticamente invencível
enquanto mantinha o contacto com o chão, (terra Mãe) mas muito vulnerável quando suspenso no ar.
Vivia (ou era rei da Líbia),
desafiava os viajantes para lutar; vencia sempre os adversários e utilisava os seus esqueletos para edificar um templo em honra do deus Netuno
seu pai.
Tinha o seu palácio em Lixo (em latim
Lixux) cidade da antiguidade situada no território do atual Marrocos, também
nomeada de Lix ou Lynx pelos antigos, e a ele se deve a fundação de Tânger (em grego clássico e latim “Tingis”).
Outra versão diz-nos que Anteu habitava na costa oriental do planalto de
Cirenaica, provocava em combate singular todos os estrangeiros que atravessavam
o seu território, e pregava os seus crânios no cume do templo do seu pai.
Segundo Plínio e Plutarco, foi sepultado em Tingis (Tânger); o seu túmulo tinha 60 côvados de comprimento.
(Usado por muitas
civilisações antigas, ((entre eles babilónios, hebreus, e egípcios)) o côvado
era baseado no comprimento do antebraço, da ponta do dedo médio até ao
cotovelo.
O côvado real do Egito
antigo media 50cm: o dos romanos 45cm).
Plutarco relata uma história em que o general romano Quistus Sertorius (Quinto Sertório), duvidou da plausibilidade
da lenda e aquando duma expedição a Tingis, aproveitou a ocasião para abrir o
seu túmulo, e terá encontrado realmente um corpo que media 60 côvados de
altura.
Muito surpreendido, sacrificou muitos prisioneiros em honra de Anteu e fechou
novamente o túmulo.
Hoje este túmulo é assimilado ao Cromeleque de Mezora.
Anteu foi derrotado por Héracles (Hércules)
que descobriu o seu calcanhar de Aquiles aquando da sua viagem à África, quando
procurava os pomos de ouro do Jardim das Hespérides.
Depois de atirar o gigante várias vezes ao chão, notou que este ganhava
novas forças ao tocar na terra Mãe e decidiu
mantê-lo suspenso no ar enquanto o sufocava.
(Hércules: ver neste blogue
artigo do 12 de novembro 2012).
Calábria (Tarento) Diobolo , cerca de 280-228 a.C.
Anv. Deusa
Atena com capacete decorado com uma coroa de oliveira
Rev. Heracles (Hércules) lutando com Anteu ф
(Ref. Vlasto-1443, HN
Italy-1063, SNG-1470, Munchen-761
Antonino Pio-Dracma cunhado em Alexandria 157-158
Anv. Antonino laureado à direita,
AVT K T AIΛ AΔP ANTΩNEINOC CE BEVC
Rev. Hércules lutando com Anteu, ΛK/A
(Ref. Dattari-2603,
Milne-2358, BMC-1121)
Caracala-AE 33cunhado em Tarso (Cilícia) 198-217
Anv. Caracala laureado à esquerda,COV
AVT KAI M AVP CEOVHPOC ANTΩNENINOC Π Π
REv. Hécules lutando com Anteu,
ANTΩNIANHC CEV AΔP MH TAP COV AVP A
MK ΓB
(Ref.
SNG, Swit.-1057)
Caracala-AE 35 cunhado na Bitínia 198-217
Anv. Caracala laureado à direita,
AVT K M AVPH ANTΩNINOC AVΓ
Rev. Hércules lutando com Anteu,
HPAKΛHAC EN ΠONTA
(Ref. Cornell-97)
Pupieno (Marco Clódio Pupieno Máximo)-AE 22
cunhado em Tarso (Cilícia) 238
Anv. Pupieno
laureado e drapeado à direita,
AUT KAIS MK
LWD POUPIHNON
Rev. Hércules
lutando com Anteu,
TARSOU
MHTROPOLEWS AMK GB
(Ref. SNG Levante-1639)
Filipe I-AE 30 cunhado em Tarso (Cilícia)
244-249
Anv. Filipe com coroa radiada à direita,
AVT KAI IOV ФIΛIΠΠON EVT EVC CE
Rev. Hércules lutando com Anteu,
TAPCOV THC MHTPOΠOΛEΩC A M K Γ
(Ref. SNG Levante-1152)
MGeada
Bibliografia
Plutarco ; Sertório IX, tradução B. Latzarus, Garnier, 1950.
Charles Victor Daremberg, Edmond;
Antaeus, Dictionnaire des antiquités grecques et romaines (10 volumes publicados entre 1877 e 1919).
Camps G. ; Aux origines de
la Berbérie : Monuments et rites
funeraires protohistoriques, A. M G., Paris 1961.
Mazard J. ; Corpus nummorum
numidae mauretanieaque, Paris, A.M.G., 1955.
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