Príapo ou Priapo, deus grego da fertilidade, é um deus itifálico protetor
dos produtos agrícolas, uvas, rebanhos, e abelhas.
Na mitologia romana é conhecido por Mutuno Tutuno ou Mutini Titino, em
latin, “Mutunus Tutunus ou Mutinus
Titinus”.
Augusto-AE 17 cunhado em Lâmpsaco (Mísia), 27 a.C.-14 d.C.
Anv. Augusto
laureado à direita
Rev. Príapo
Ithyphallic à esquerda
(Ref. RPC I-2274, BMC-79, SNG France-1267)
(O termo Ithyphallic é uma
referência aos deuses da fertilidade, sempre representados com o pénis ereto).
Augusto-AE 16 cunhado em Lâmpsaco, 27 a.C.-14 d.C.
Anv, Augusto laureado à direita
Rev. Príapo Ithyphallic à esquerda
(Ref. RPC I-2276, SNG France-1263)
Augusto-AE 16 cunhado em Lâmpsaco, 27 a.C.-14 d.C.
Anv, Augusto laureado à direita
Rev. Príapo Ithyphallic à esquerda
(Ref. RPC I-2276, SNG France-1263)
Muito popular na Roma antiga, o deus Príapo é fácilmente reconhecido pelo seu
“gigantesco pénis constantemente ereto”, particularidade que deu o nome ao
termo médical priapismo.
“Sindroma genital
caraterizado por ereções violentas, dolorosas e persistentes, mas que não
despertam qualquer desejo sexual, é uma urgência medical que necessita ser
tratada”.
Mito
Príapo terá nascido em Lâmpsaco-Mísia, é filho de Zeus e de Afrodite,
(outras versões dão-lhe como pai Hermes,
Adónis, ou ainda Dionísio).
Domiciano-AE 15 cunhado em Lâmpsaco em 138
Anv. Domiciano laureado à direita
Rev. Príapo Ithyphallic à esquerda
(Ref. RPC-890, SNG Cop-235, Waddinton-893)
Alguns autores, envelhecem a lenda de algumas gerações e veem em Príapo um
titã, ao qual Hera terá confiado a tarefa de ensinar o manejo das armas a Ares,
“deus da guerra”.
Noutra versão do mito, Príapo foi punido pelos deuses por ter tentado
violar uma deusa e, como castigo, deram-lhe enormes atributos para que ele nunca mais conhecesse o prazer, nem a fecundidade.
Antonino Pio-AE 17 cunhado em Lâmpsaco em 138
Anv. Antonino Pio à direita
Rev. Príapo Ithyphallic à esquerda
Existem muitas lendas sobre o nascimento de Príapo; provavelmente
variantes da versão mais corrente, segundo a qual, o deus terá sido o fruto dos
amores clandestinos entre Zeus e Afrodite.
Afrodite não escapou à inveja vingativa de Hera, “esposa legítima de
Zeus”, porque a deformidade sexual do filho seria devido à malevolência de
Hera, com ciúmes da deusa do amor.
Septímio Severo-
AE 26, cunhado em Lâmpsacos 193-211
Anv. Septímio
Severo laureado à direita
Rev. Templo de Príapo (em Lâmpsaco), com a sua estátua no interior.
(Ref. Classifical
Numismatique Group, venda eletrónica lote n.168)
Quando Afrodite estava prestes a dar à luz, Hera acorreu e colocou-lhe a
mão no ventre.
O resultado foi que Afrodite deu à
luz um ser de aparência repulsiva, com uma língua e uma barriga enormes.
Septímio Severo-AE 17, cunhado em
Nicopolis (Moesia inferior) 193-211
Anv. Septímio laureado à direita
Rev. Príapo Ithyphallic à direita
(Ref. Sear 5-238, Crawford-341/1- Syd-69)
Terrorisada, a deusa abandonou o récem-nascido.
Este foi acolhido por pastores que apreciaram a sua robustez; mais tarde,
Príapo juntou-se ao cortejo de Dionísio.
Outra versão, faz de Príapo filho de Dionísio e de Afrodite, enquanto outra
lhe atribui como pai o deus Adónis.
Segundo esta lenda, Afrodite terá aproveitado uma viagem que o seu esposo
fez ao Olimpo para ter relações sexuais com Adónis.
Septímio
Severo-AE 21, cunhado em Nicopolis, 193-211
Anv. Septímio
laureado à direita
Rev. Príapro
Ithyphallic à esquerda
(Ref. AMNG I-1380,
Mouchmov-987, Varbanov-1789)
Após o regresso de Dionísio e, depois de lhe dar as boas vindas, Afrodite
fugiu para Lâmpsaco, onde depois da intervenção de Hera, deu à luz uma criança
da qual ela não pode suportar a visão.
Uma outra versão sobre Príapo, diz-nos ser filho de Dionísio e da Náiade
Quione.
Júlia Domna-AE
26, cunhado em Nicoplolis, 193-217
Anv. Júlia Domna
à direita
Rev. Príapro Ithyphallic à direita
(Ref.Moushmov-1052, Varbanov
288-289)
Príapo que detestava os burros, pediu
para os sacrificarem durante as cerimónias no seu culto.
A sua antipatia por este animal vem do fato (segundo Ovídio) que uma noite quando se preparava para violar Héstia, a deusa foi advertida pelo zurrar de
um burro e, assim conseguiu escapar ao ardor de Príapo.
Esta aventura confunde-se com outra de uma época mais recente que segundo
Ovídio, (Metamorfoses e Fastes) o
deus teve uma relação com a ninfa Náiade Lotis que recorda a lenda de Pã Sírinx.
No nomento em que Príapo acredita ter atingido o seu objetivo, Lotis
metamorfoseou-se na árvore que ainda
hoje tem o seu nome, o “lótus”.
Eleogábalo-AE 18,
cunhado em Nicopolis,208-222
Anv. Eleogábalo
laureado à direita
Rev. Príapro Ithyphallic à esquerda
(Ref.
Varbanov-3811, AMNG-2022)
Outra lenda diz-nos que a tentativa do deus falhou, porque no momento em
que ia violentar a ninfa, esta foi advertida pelo zurrar do buro de Sileno, que
permitiu a Lotis de fugir.
Furioso Príapo matou o animal que tinha frustrado os seus planos.
(Sileno: na mitologia grega
e romana, era um dos seguidores e fiel companheiro de Dionísio)
Maximino Trácio-AE 24 cunhado em Lâmpsaco, 235-238
Anv. Maximino laureado à direita
Rev. Príapo Ithyphallic à esquerda
Outra versão diferente nos é dada pelo seu ódio para com os equídeos.
Ela tem por origem uma briga com um burro que Dionísio cavalgou durante
muito tempo e ao qual ele concedeu o dom de falar.
Em causa estava o respectivo tamanho do pénis.
Príapo comparou o seu orgão sexual com o do burro e, depois de ver o
tamanho dos seus atributos (superior aos
seus) matou-o.
Trajano Décio-AE
21, cunhado em Lâmpsaco, 249-251
Anv. Trajano
laureado à direita
Rev. Príapo
Ithyphallic à esquerda
O deus protetor dos produtos agrícolas, uvas, rebanhos, e abelhas, matou o
burro que Dionísio venerava e que este depois colocou entre as estrelas.
É difícil compreender qual a base deste mito.
Sabemos que em Lâmpsaco sacrificavam-se burros em louvor do deus Príapo,
enquanto para a festa de Héstia os burros eram coroados com flores!
MGeada
Bibliografia
Michel Foucaud; História da Sexualidade. 3 vol. Rio de Janeiro, Graal, 1988
Philipe Morel; Priape à la Renaissance :
Les guirlandes de Giovanni da Udine à la Farnésine, Revue de l’Art, 69, 1985,
13-28.
Cyril Dumas et David
Furdos ; Priape entre lévocation et superstition, Dossiers d’arqueologie,
n. H.S. 22, avril 2012, p, 36-41.
http://www.asiaminorcoins.com/gallery/thumbnails.php?album=104
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