Do latim "cornu copiae" ou “corno de
abundância”, hoje mais conhecidos por cornucópia, segundo uma das muitas
lendas é um dos chifres da cabra Amalteia que alimentou Zeus durante a sua infância.
Na versão da náiade Amalteia do Monte Ida, (na mitolgia grega ninfas aquáticas com o dom da cura), esta teria escondido a criança no bosque.
Proprietária da dita cabra, quando Zeus brincava com ela, quebrou acidentalmente um chifre contra uma árvore. Amalteia guardou-o, enrolou-o com ervas e levou-o cheio de frutos aos lábios de Zeus.
Quando Zeus se tornou o mestre do céu, transformou a cabra e o chifre na constelação do Capricórnio.
Na versão da náiade Amalteia do Monte Ida, (na mitolgia grega ninfas aquáticas com o dom da cura), esta teria escondido a criança no bosque.
Proprietária da dita cabra, quando Zeus brincava com ela, quebrou acidentalmente um chifre contra uma árvore. Amalteia guardou-o, enrolou-o com ervas e levou-o cheio de frutos aos lábios de Zeus.
Quando Zeus se tornou o mestre do céu, transformou a cabra e o chifre na constelação do Capricórnio.
A cornucópia símbolo bem conhecido da
abundância, fecundidade, fertilidade e da alegria, foi muitas vezes
representada em moedas antigas. Neste trabalho vou apresentar uma série destas
moedas nas quais estão representadas cornucópias.
Ptolomeo III Evérgeta – grade bronze
cunhado em Alexandria, 246-221 a.C.
Anv. Cabeça de Zeus Ámon com chifres e
diadema à direita
Rev. Águia de pé sobre um raio, e
cornucópia
PTOLEMAIOU BASILEWS
(Ref.
Svoronos-965, Cop-173, BMC-59, GC-7816, MP-120)
Anv. Benerice II (esposa de Ptolomeo
III) velada à direita
Rev. Cornucópia com frutos e pendentes
entre dois pileus, =
(gorros
dos Dióscuros)
– BAΣIΛΣΣHΣ BEPENIKHΣ
(Ref.
Friedlaender e Von Sallet-522, Jamesson-1820, Pozzi-3237)
Magistrado Anaxipolis – Tetradracma
160-140 a.C.
Anv. Cabeça de Atena com capacete à
direita
Rev. Coruja em pé entre duas conucópias
com frutos,
dentro de uma coroa de oliveira,
ΛEBEΔIΩN ANAΞI ПOΛI
(Crawford-2027)
Alexandre II Zebina – Dracma cunhado em
Antioquia 128-122 a.C.
Anv. Cabeça de Alexandre II com diadema
à direita
Rev. Dupla cornucópia com frutos
(Ref.
SNG Cop-363)
Podemos notar que estas cornucópias
foram representadas em moedas de todas as origens geográficas: sêleucidas,
ptolomaicas, partas, norte-africanas e judias, mas também em moedas gregas e
romanas.
Philoxene –Hemiobolo em bronze 100-95
a.C.
Anv. Deméter (na mitologia grega é a deusa das colheita
e
da agricultura)
com uma cornucópia à esquerda
Rev. Touro à direita
(Ref.
Mitch-1960)
Quase sempre representada sózinha, a cornucópia também aparece dupla. Nas moedas da Répública e Império romano, elas são o atributo de diversas personificações e alegorias, nomeadamente a Abundância, a Fortuna e por vezes personificações mais surpreendentes como a Concórdia, que num sestércio de Aquília Severa detém uma dupla cornucópia.
L. Sulla – denário cunhado em Roma em 81
a.C
Anv. Venus com diadema e colar à direita
Rev. Dupla cornucópia com frutos
(Ref.Sear5- 303,
Cornelia-33, Crawford-375)
Aquília Severa – Sestércio cunhado em
Roma em 220-221
Anv. Aquília com diadema e drapeada à
direita,
IVLIA AQVILIA SEVERA AVG
Rev. Concórdia de pé à esquerda com uma
patera na mão esquerda sobre um altar aceso, dupla cornucópia e uma estrela no
campo,
CONCORDIA S C
(Ref.
RIC-389, BMC-433)
Em termos de corno de abundância, a
palma de originalidade é indiscutivelmente um sertércio de Druso filho do
imperador Tibério, que mostra no anverso duas cornucópias cruzadas das quais saem duas cabeças de criança, e em pano de fundo um caduceu alado.
Aqui os cornos de abundância representam os herdeiros da dinastia
imperial.
Druso – Sestércio cunhado em Roma em
22-23
Anv. Cabeças confrontadas de crianças dentro de cornucópias e caduceu.
Rev. DRVSVS CAESAR TI AVG F DIVI AVG N
PONT II SC
(Ref. RIC I (Tiberius) 42, BMC
(Tiberius)-95, CBN (Tiberius)73).
Mais pragmática, uma moeda de Septímio
Severo apresenta as três alegorias da casa da moeda, todas com uma cornucópia nos braços. Neste caso é uma abundância monetária.
Septímio Severo – Sestércio cunhado em
Roma no ano 194
Anv. Septímio laureado com couraça à
direita,
SETE SEV PERT AVG IMP III
Rev. As três Monetae (moedas) de pé,
cada uma segurando uma cornuçópia e uma balança, MONET AVG COS II P P SC
(Ref.
RIC-670, Cohen-336, Sear-6416.)
O imperador Augusto, muito supersticioso,
fez representar numa das suas moedas o seu signo astrológico, o Capricórnio,
atrás do qual aparece um corno de abundância, uma referência à Fortuna que
detém o destino dos homens nas suas mãos. Enquanto Tibério optou por
cornucópias cheias de espigas.
Augusto – Denário cunhado em Emérita
(actual Mérida) no ano 16 a.C..
Anv. Busto de Augusto à direita
Rev. Capricórnio à direita com uma
cornucópia nas costas, um globo e um leme entres as pernas, AVGVSTVS
(Ref. RIC-547ª, RSC-21, BMCRE-346)
Tibério – AE cunhado em Comagene ? em
19-20
Anv. Tibério laureado à direita,
TI CAESAR DIVI AVGVSTI F avgvsTVS
Rev. Dupla cornucópia cheia de espigas,
PONT MAXIM COS III IMP VII TR POT XXI
(Ref.
RIC-89, BMC-174, RPC-3868)
O "corno de abundância" como elemento da
tradicional mitologia greco-romana pagã, desapareceu das moedas quando o
Império romano se converteu ao cristianismo.
No entanto o próprio Constantino era
pagão antes de se tornar cristão, e as moedas do início do seu reinado
representam todos os temas que então podiam ser vistos em moedas, incluindo o
corno de abundância.
Constantino I – Follis cunhado em
Alexandria em 308-310
Anv. Constantino laureado à direita,
FL VAL CONSTANTINVS FIL AV
Rev. Génio de pé à esquerda, com um
módio na cabeça, patera na mão direita, clâmide e cornucópia na esquerda,
GENIO CAESARIS - No campo R à esquerda,
AP à direita, em baixo na orla, ALE = Alexandria
(Ref.
RIC VI Alexandria-99b)
MGeada
Bibliografia
Pierre Commelin; Mytologie grecque et Romaine, éditions
Garnier Frères- 1960
Riordan
RICK; Os Heróis do Olimpo – A Marca de Atena-Editora Intrísica 2ªedição. 2013.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cornuc%C3%B3piahttps://fr.wikipedia.org/wiki/Fichier:Diff%C3%A9rent_numismatique_corne_abondance.jpg
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