QVO VADIS “PARA AONDE VAIS”
Várias famílias compartilharam ao longo dos séculos, o
destino de Roma.
Tanto a Républica como o Império, viram o dia graças ao
carismo de alguns indivíduos, exemplo: Augusto para a família Julius-Claudius (Júlio-Claudiana),
ou Vespasiano para a dinastia Flaviana (ou dinastia dos Flávios) etc,.
A perda do renome e do poder dessas familias estão muitas
vezes ligadas à arbitraridade, ao despotismo e à cupidez dos últimos membros da
família que causaram a sua perda. O imperador Nero foi um desses exemplos.
Filho de Cneu Domício e de Agrippina a
Jovem, Nero foi adoptado por Cláudio a quem sucedeu. Foi o quinto e último imperador
da dinastia Júlio Claudiana, 27 a. C.-68 d.C.:governou do ano 54 a 68, e o seu
governo foi marcado por intrigas, assassinatos e tirania.
Ambicioso, para poder governar só, no ano
59 mandou matar sua mãe, e no ano 62, a sua esposa Octávia.
Doze dias depois casou com a bela Popeia Sabina, que ele próprio matou no ano 65 com um pontapé no
ventre, quando esta se encontrava grávida do segundo filho.
Nero também tinha o hábito de causar o declínio dos ricos,
para se apropriar os seus bens.
As suas despesas extravagantes contribuiram para esvaziar
os cofres do Estado.
Ordenou a persecução e cruxificação de milhares de cristãos.
Diz-se que durante o seu reinado chegaram a ser
cruxificados quinhentos cristãos por dia, e as arenas tornaram-se lugares
sinistros onde a decapitação era constante.
A ele também foi atribuído o incêndio de Roma no ano 64,
não só para acusar os cristãos, mas também para construir Néropolis, um ponto
relevante de arte e cultura.
Séneca (filósofo)
que caíu em desgraça no ano 62, diz que o exército foi obrigado a amontoar
milhares de romanos no Fórum para ouvir os pseudos concertos de Nero, e ninguém
podia sair do local antes do imperador terminar o seu recital. Cacofonia que
podia durar muito tempo.
Séneca também escreveu que homens e mulhures com idade
avançada morriam no local, e mulhers grávidas davam à luz nas arquibancadas.
Sob a sua liderança as províncias da Armenia, Judeia e Britânia, revoltaram-se contra a sua política.
No ano 68, o exército de Galba revoltou-se e dirigiu-se
para Roma. Nero que pressentiu que o seu fim estava próximo, cometeu suicídio.
Alguns historiadores acreditam que tenha sido assassinado
pela sua guarda pretoriana.
O assassinato dos imperadores pela sua própria guarda,
acontecia com muita frequência. De protectores passaram a ser carrascos, o que
deu origem a um período de guerra cívil em todo o Império.
No reverso, a propaganda continua a ser sensivelmente a
mesma utilizada por Cláudio, no entanto:
Minerva, Diana e a Fortuna foram substituídas pela Vitória que passou a ser muito
divulgada.
Nero – Sestércio cunhado em Lião no
ano 65.
Anv. Nero laureado à direita,
NERO CLAVD CAESAR AVG GER TR P IMP P
P
Rev. Vitória segurando um globo com a
incrição S P Q R - S C
(S P Q R=SENATVS POPVLESQVE ROMANVS,
que pode ser traduzido como, "O Senado e o Povo Romano")
(S P Q R=SENATVS POPVLESQVE ROMANVS,
que pode ser traduzido como, "O Senado e o Povo Romano")
(Ref. RIC-477; Cohen-292)
Vesta , a deusa do fogo, também aparece com muita frequência nas moedas, assim como Jano, que por ser representado com dois rostos, também era considerado o deus das portas.
Vesta , a deusa do fogo, também aparece com muita frequência nas moedas, assim como Jano, que por ser representado com dois rostos, também era considerado o deus das portas.
Nero – Denário cunhado em Roma em
65-66
Anv. Nero laureado à direita
NERO CAESAR AVGVSTVS
Rev. Templo de Vesta
(Ref. RIC-62; RSC- 335; BMC-104)
Nero - Sestércio cunhado em Roma no ano 65
Anv. Nero laureado virado à direita.
NERO CLAVD CAESAR AVG GER TR P IMP PP
Rev. Tempo de Jano, portas fechadas.
PALE PR TERRA MARIQ PARTA IANVN CLY SIT, S C
(Ref. RIC-300; Sear-1973 var.; BMC-225)
Nero – Sestércio cunhado em Lião no ano 65.
Anv. Nero laureado à esquerda,
NERO CLAVD CAESAR AVG GER P M TR P IMP P P
Rev. Arco de Triunfo de Nero, sobrelevado por uma quadriga conduzida por Nero
acompanhado pela Pax à esquerda e uma Vitória à direita, ladeados por dois soldados.
Entre as colunas, a estátua de Marte nu com capacete.
(Ref. RIC-393; Cohen-306
Nero a tocar lira personificando o deus Apolo ; deus que patrocina o intelecto, a adivinação e as artes, brilha com todo o explendor num asse.
Nero a tocar lira personificando o deus Apolo ; deus que patrocina o intelecto, a adivinação e as artes, brilha com todo o explendor num asse.
O templo de Jano, o Arco de Triunfo de Nero, e montado num cavalo galopando, continuam a ser as moedas mais interessantes deste imperador.
Nero – Asse cunhado em Roma em 73-76
Anv. Nero laureado à direita,
NERO CAVD CAESAR AVG GERM P M TR P IMP P P
Rev. Nero à direita com a capa de Apolo Citaredo, tocanco lira (ou citarra)
(Citaredo: designa uma estátua ou outro tipo de imagem de Apolo portando um dos seus atributos: uma lira).
Nero-Sestércio xunhado em Roma no ano 63
Anv. Nero laureado virado à esquerda.
NERO CAESAR AVG GERM PM TR P IMP PP
Rev. Nero a cavalo, acompanhado por um segundo cavaleiro
DECVRSIO S C
(Ref. RIC-171; Sear-1957; BMC-145)
Por ser um dos imperadores mais conhecidos da história de Roma, as moedas de Nero são geralmente muito procuradas.
MGeada
Bibliografia
Alain Decaux; La
revolution de la croix : Nero et les cretiens, Éditions Perrin 2017.
Claude Aziza;
Nero : Le mal aimée de l’Histoire, Gallimar collections, nº 493, 2006.
Eugen Cizek :
Nero L’empereur Maudit, Éditions Fayar, Paris 1997.
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