Imagens do Lábaro em Moedas Romanas
Lábaro: do latim labarum, era um vexilo «vexillvm» ou
estandarte militar romano, em especial o que o imperador Constantino I mandou
colocar o manograma de Cristo, após a sua vitória sobre Maxêncio durante a
guerra civil no verão do ano 312, na
batalha da Ponte Mílvia, que ficou conhecido como lábaro de Constantino ou «CRISTOGRAMA»
.
Insígnia militar romana pertencente à
classe especial des «vexillvm», eram os estandartes da cavalaria e objectos de
veneração para os soldados que lhes prestavam honras divinas.
O Lábaro tinha originalmente a forma de uma bandeira roxa
com franjas de ouro, fixada numa grande lança, que só era exibida quando o
imperador acompanhava as tropas.
Constantino I, depois de abandonar o
paganismo, esteve na origem de uma mudança na aparência do Lábaro. Duas barras oblíquas
foi adicionadas à lança para formar uma cruz.
Na parte superior por cima desta cruz,
foi colocada uma coroa de ouro e pedras preciosas, no meio da qual foi colocado
o manograma de Cristo, formado por duas iniciais gregas X e P unidas formando o
Chi Rho e frequentemente acompanhadas
pela letras alfa e ômega, colocadas em ambos os lados.
Estas letras indicavam a crença na
divindade de Cristo Salvador, tal como indicado na Apocalipse de São João sobre
a vida de Constantino por Eusébio de Cesareia. Dos braços da cruz pendia uma bandeira roxa ricamente ornamentada com jóias
e bordados de ouro. No lugar da águia romana símbolo de Júpiter que constituía
uma fonte de idolatria para os soldados romanos, Constantino colocou o
manograma de Cristo Jesus destronando Júpiter.
No espaço situado entre a cruz e a
bandeira, o imperador colocou o seu busto em ouro ou o dos seus filhos, mas
esta característica não é representada em moedas.
Cinquenta homens escolhidos a dedo foram
contratados por Constantino para transportar e defender o Lábaro estandarte
sagrado, que era levado à frente do exército, quando o imperador o comandava
pessoalmente.
A esses guardiões do Lábaro, chamaram-lhe
“labariferos”.
Podemos ver o Lábaro com o manograma de
Cristo em moedas de Constantino I o Grande, assim como de Joviano,
Valentiniano, e seus sucessores.
De
notar que um vexilo parecido com o Lábaro, aparece antes da época de
Constantino I, em moedas coloniais romanas, exemplo: moedas de Antióquia da
Pisídia, moedas de Saragoça (Caesar Augusta),
Espanha e outras.
Exemplo de
moedas representando o Lábaro
Constantino I –
Follis cunhado em Lião em 308-309
Anv. Constantino
laureado e encouraçado à direita
IMP C
CONSTATINVS PF AVG
Rev. Constantino
em pé à esquerda com um estandarte em cada mão
PRINCIPI
IVVENTVTIS CI H
(Ref. RIC VI-Lião 299, Sear- 16016)
Constantino I –
Follis cunhado em Arles em 335-337
Constantino
laureado e encouraçado à direita
CONSTANTINVS MAX
AVG
Rev. Lábaro com
o Cristograma entre dois soldados
GLORIA EXERCITVS
(Ref. RIC VII- Arles 394)
Constâncio – Follis
cunhado na Síscia, 337-341
Anv. Constâncio
laureado, e encouraçado à direita
CONSTANS PF AVG
Rev. Lábaro com
o cristograma entre dois soldados armados com lanças
GLORIA
EXERCITVS SIS
(Ref. RIC VIII-88, Lanz-102)
Vetrânio –Maiorina
, cunhada na Síscia, em 350
Anv. Vetrânio laureado,
e encouraçado à direita
DN VETRANIO PF
AVG
Rev. Imperador
com um Lábaro com cristograma em cada mão, uma estrela por cima da cabeça
CONCORDIA
MILITVM SIS A
(Ref. RIC VIII-281, Sear18903)
Joviano – AE I,
cunhado em Salónia em 363-364
Anv. Joviano
laureado, e encouraçado à direita
DN IOVIANVS PF PP AVG
Rev. Joviano em
pé, de face, virado à direita
com um Lábaro com cristograma na mão esquerda,
e na direita uma Vitória sobre um globo
VITORIAE ROMANORUM TESA
(Ref. RIC VIII-Salonia 235a, Sear-19213)
Valente –
Síliqua cunhado em Antioquia, 364-367
Anv. Valente com
diadema, drapeado e encouraçado à direita
DN VALENS PER F
AVG
Rev. Valente com
armadura, com Lábaro com cristograma na mão esquerda, e na direita uma Vitória
sobre um globo
RESTITVTOR
REIP ANT
(Ref. 7b var., RSC-28N var.)
MGeada
Bibliografia
François Zosso- Christien Zingg- Les Empereurs Romains,
27 a C., 476 d C.- Edition Errance, Paris 1994.
Quinson,
Marie Therese; Dicionário Cultural do Cristianismo,; Edições Layola-1999.
Urbano Zilles; Significação dos Símbolos
Cristãos, Edipucrs 1994, pag. 146
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