quinta-feira, 26 de setembro de 2019



Imagens  do Lábaro em Moedas  Romanas

Lábaro:  do latim labarum, era um vexilo «vexillvm» ou estandarte militar romano, em especial o que o imperador Constantino I mandou colocar o manograma de Cristo, após a sua vitória sobre Maxêncio durante a guerra civil no verão do ano  312, na batalha da Ponte Mílvia, que ficou conhecido como lábaro de Constantino ou «CRISTOGRAMA» .

Insígnia militar romana pertencente à classe especial des «vexillvm», eram os estandartes da cavalaria e objectos de veneração para os soldados que lhes prestavam honras divinas.

O Lábaro tinha  originalmente a forma de uma bandeira roxa com franjas de ouro, fixada numa grande lança, que só era exibida quando o imperador acompanhava as tropas.

Constantino I, depois de abandonar o paganismo, esteve na origem de uma mudança na aparência do Lábaro. Duas barras oblíquas foi adicionadas à lança para formar uma cruz.

Na parte superior por cima desta cruz, foi colocada uma coroa de ouro e pedras preciosas, no meio da qual foi colocado o manograma de Cristo, formado por duas iniciais gregas X e P unidas formando o Chi Rho e frequentemente  acompanhadas pela letras alfa e ômega, colocadas em ambos os lados.

Estas letras indicavam a crença na divindade de Cristo Salvador, tal como indicado na Apocalipse de São João sobre a vida de Constantino por Eusébio de Cesareia. Dos braços da cruz pendia uma  bandeira roxa ricamente ornamentada com jóias e bordados de ouro. No lugar da águia romana símbolo de Júpiter que constituía uma fonte de idolatria para os soldados romanos, Constantino colocou o manograma de Cristo Jesus destronando Júpiter.

No espaço situado entre a cruz e a bandeira, o imperador colocou o seu busto em ouro ou o dos seus filhos, mas esta característica não é representada em moedas.


Cinquenta homens escolhidos a dedo foram contratados por Constantino para transportar e defender o Lábaro estandarte sagrado, que era levado à frente do exército, quando o imperador o comandava pessoalmente.
A esses guardiões do Lábaro, chamaram-lhe “labariferos”.

Podemos ver o Lábaro com o manograma de Cristo em moedas de Constantino I o Grande, assim como de Joviano, Valentiniano, e seus sucessores.
De  notar que um vexilo parecido com o Lábaro, aparece antes da época de Constantino I, em moedas coloniais romanas, exemplo: moedas de Antióquia da Pisídia, moedas de Saragoça (Caesar Augusta),  Espanha e outras.


Exemplo de moedas representando o Lábaro

Constantino I – Follis cunhado em Lião em 308-309
Anv. Constantino laureado e encouraçado à direita
IMP C CONSTATINVS PF AVG
Rev. Constantino em pé à esquerda com um estandarte em cada mão
PRINCIPI IVVENTVTIS  CI  H
(Ref. RIC VI-Lião 299, Sear- 16016)

Constantino I – Follis cunhado em Arles em 335-337
Constantino laureado e encouraçado à direita
CONSTANTINVS MAX AVG
Rev. Lábaro com o Cristograma entre dois soldados
GLORIA EXERCITVS
(Ref. RIC VII- Arles 394)

Constâncio – Follis cunhado na Síscia, 337-341
Anv. Constâncio laureado, e encouraçado à direita
CONSTANS PF AVG
Rev. Lábaro com o cristograma entre dois soldados armados com lanças
GLORIA EXERCITVS    SIS
(Ref. RIC VIII-88, Lanz-102)


Vetrânio –Maiorina , cunhada na Síscia, em 350
Anv. Vetrânio laureado, e encouraçado à direita
DN VETRANIO PF AVG
Rev. Imperador com um  Lábaro com cristograma em cada mão, uma estrela por cima da cabeça
CONCORDIA MILITVM   SIS  A
(Ref. RIC VIII-281, Sear18903)


Joviano – AE I, cunhado em Salónia em 363-364
Anv. Joviano laureado, e encouraçado à direita
DN IOVIANVS  PF PP AVG
Rev. Joviano em pé, de face, virado à direita
com um Lábaro com cristograma na mão esquerda, e na direita uma Vitória sobre um globo
VITORIAE ROMANORUM  TESA
(Ref. RIC VIII-Salonia 235a, Sear-19213)


Valente – Síliqua cunhado  em Antioquia, 364-367
Anv. Valente com diadema, drapeado e encouraçado à direita
DN VALENS PER F AVG
Rev. Valente com armadura, com Lábaro com cristograma na mão esquerda, e na direita uma Vitória sobre um globo
RESTITVTOR REIP  ANT 
(Ref. 7b var., RSC-28N var.)


MGeada

Bibliografia
François Zosso- Christien Zingg- Les Empereurs Romains, 27 a C., 476 d C.- Edition Errance, Paris 1994.
Quinson, Marie Therese; Dicionário Cultural do Cristianismo,; Edições Layola-1999.
Urbano Zilles; Significação dos Símbolos Cristãos, Edipucrs 1994, pag. 146