quinta-feira, 26 de março de 2020



Cristina  da Suécia

Rainha dos Suecos, Godos, e Vândalos: Grâ-Princesa da Filândia: Duquesa de Íngria, Estónia, Lívônia e Carélia.

Nasceu no dia 18 de dezembro de 1626, em Estocolmo (Suécia) e faleceu no dia 19 de abril de 1689, em Roma, Estados Papais com 63 anos.
Rainha da Suécia de 6 de novembro 1632 a 6 de junho de 1654, Cristina era filha de Gustavo Adolfo II da Suécia e de Maria Leonor de Brandemburgo. Nasceu no dia 18 de dezembro de 1626, em Estocolmo, e faleceu com 63 anos no dia 19 de abril de 1689, em Roma, Estados Papais.

No dia 16 de novembro do ano 1632, a Suécia está de luto. O rei Gustavo II Adolfe, o Amado ferido em combate faleceu depois de levar a sua cavalaria à vitória contra os alemãs, na batalha de Lutzen.
Este grande monarca aliado com a França, tinha dois objectivos principais : estender a sua influência na Europa e defender o luteralismo a todo o custo. 

Gustavo II não teve filho varão para lhe suceder o que derrogou a tradição. Sua única filha, Cristina, tinha apenas seis anos na época, e uma menina como soberana não pareceu diminuir o entusiasmo dos suecos a esse respeito.
Com efeito os ingleses que conseguiram influenciar a cena política 30 anos antes, não o deviam a uma mulher, a  rainha Elisabete?

Os suecos viram em Cristina a continuidade, aquilo que asseguraria a realização dos desejos de Gustavo II, mas infelizmente o povo enganou-se.
Antes da sua maioridade o poder foi entregue ao chanceler Oxenstierna.
Em 1644, ela assumiu o poder e opôs-se ao chanceler. Tendo sido criada e educada como um rapaz, “Cristina foi nomeada rei e não rainha” em 1650.

O que a história retem dela é a assinatura do Tratado de Brömsebro em 1645 entre a Suécia e a Dinamarca.
A supremacia militar sueca obrigou a Dinamarca a render-se às pretenções da Suécia, e ceder-lhe as províncias norueguesas de Jemtlândia, Erdália, a ilha da Gotlândia, a ilha de Ösel e a província dinamarquesa da Halândia por 30 anos, como garantia de que os dinamarqueses deixariam de cobrar a taxa de passagem a navios estrangeiros no estreito de Öresund.

Este tradado pôs fim à Guerra de Torsnson, um conflito que havia rebentado em 1643, e estava inserido no conflito mais global da Guerra dos 30 Anos.
As negociações tiveram lugar em Brönsebro, entre Axel Oxenstierna pela Suécia e Corfitz pela Dinamarca, dirigidas pelo diplomata francês Gaspard Coignet de la Thuillerie, tendo como observadores os representantes de Portugal, Liga Hanseática, Stralsund e Mecklenburg. Em 1658 o tratado de Rod kilde endureceu os termos acordados em Brömsebro.

Dizia-se que esta rainha-rei era de uma rara beleza. Além disso era dotada de uma inteligência incomum, no entanto Cristina era muito desgovernada.   
Ela tornou-se a protetora das artes e, entre outros assumiu a tutela de Descartes e os músicos Corelli e Scarlatti. As suas frequentações eram mais que duvidosas.
Muito culta, abandonou os assuntos do estado e converteu-se ao catolicismo. Em 1654, Cristina abdicou para se dedicar à sua paixão: as artes, sem contudo abandonar as intrigas políticas nas quais ela se distinguia.
  
Christina também tinha uma paixão que muitas pessoas ignoram. A rainha era uma colecionadora. Sua paixão provavelmente era um remédio para seus ataques de melancolia.
Não é colecionar a arte dos hobbies? Foi assim que ela adquiriu grande parte dos tesouros de Carlos I da Inglaterra, quando este foi decapitado por alta traição em 1649.
Ela possuía livros antigos e pinturas famosas. Por causa dos seus tesouros, ela acreditava ser uma grande rainha. Foi o seu abuso que minou as finanças do reino e a forçou a exílar-se em Roma.

Cheia de dívidas, diz-se que ela tinha a mão leve e não resistia à tentação de roubar uma bela moeda ou bela jóia. O boato foi confirmado cada vez mais; Cristina era a “rainha ladra”.
Dizem que roubou uma série de talheres de prata ao Duque de Parma,  que ela sustituía por outros banhados em prata. Acontecia que durante estes roubos ela fosse ajudada por servos. Havia rumores que ela até roubou a carroça do embaixador da Espanha durante uma visita de cortesia, e a partir daí as gentes fugiam dela como uma praga.

Durante uma visita que fez a Paris, o grande Mazarin, cardeal, político e colecionador, disse: “mantenham essa louca longe dos meus armários, caso contrário, em breve vou sentir a falta de algumas das minhas miniaturas.”



Cristina – Ducado de ouro cunhado em Erfurt, 1645
Anv. Busto da rainha drapeada e coroada, ¾ de frente
CHRISTINA D: G: SVEG: GOTH: VAND: REGINA
Rev. Escudo coroado
PR. FINL. DVX. ET HOM. ET CAREL. DOM: I.
(Ref, Dav.-4525)


Cristina – 3 coroas de prata cunhado em Estocolmo em 1651
Anv. REGINA CHRISTINA
Rev. Três coroas – II M
(Ref. KM/WC, 17/210)


Cristina – 1 Ore cunhado em Avestea,  1644-1653
Anv. Brasão ornamentado e encimado com a coroa dos reis Suecos (Dinastia Vasa)
CHRISTINA. D: G: SVE: GO: WAN: REGI: ET. PRI: HÆ :
Rev. Coroa por cima de duas setas cruzadas
MONETA.NOVA.CUPREA.DALARENSIS. MDCL, .1.  .OR
(Ref. KM♯ - 162)


Cristina – Rksdaler cunhado em 1644
Anv. busto de Cristina drapeado e coroado ¾ de frente
CHRISTINA. D: G: BVE: GO: WAN : DE : RE : ET : PR : H
Rev. O Cristo dando a benção, com um globo crucífero na mão esquerda, escudo tripartido coroado.
SALVATOR. MVMDI. SALVA. NOS. M. DC. XLIV. H.
(Ref. Dav-4525) 


Cristina – Sólido cunhado em  Riga, 1632-1654
Anv. Brazão da dinastia Vasa, casa real da Suécia de 1523-1654
CHRISTINA . D.G.R.S.

Rev. Escudo com 2 Chaves cruzadas
SOLIDVS . CIVI : RIG . 5 . 3 .
(Ref. Ahlstrom-54; Haljak II-1512; Fed-767)


MGeada

Bibliografia

Bernard Quilliet; Christine de Suède, Fayard, 2003.
Françoise Kermina; Christine de Suède, Perrin, 1995.
Úrsula de Allendesalazar; Reine Christine de Suède, éditorial Marcial Pons, Madrid, 2009.
Veronica Bucklei; Christine Reine de Suède, Londres. Harper Perennial, 2005.