quarta-feira, 27 de novembro de 2019



Templo de Vesta

Foi construído no Fórum, ao lado da casa de Vesta.
Pelo menos sete templos se terão sucedido neste local até à extinção do culto, por Teodorico I, no ano 394.

Os templos dedicados à consagração do fogo sagrado, foram todos destruídos por incêndios.
Não se conhecem nenhumas representações monetárias dos três primeiros templos.

A primeira construção de um templo dedicado à conservação do fogo sagrado, devia lembrar as choças de forma circular, construídas pelos primeiros habitantes.
Construído segundo a tradição de Numa Pompeio (segundo rei lendário de Roma, teria reinado de (715 a 672) a.C.), que aí depôs o Paládio (a imagem de Minerva) e outros objectos sagrados trazidos por Eneias para Itália; da conservação deles dependia a segurança da cidade.

As Vestais deviam conservar o fogo sempre aceso. Eram seis, e escolhidas entre jovens patrícias, filhas de pais livres.
Gozavam de especiais previlégios, mas se alguma delas violasse o voto de castidade era sepultada viva no Campo Scellerato.

A data da construção do segundo templo também nos é totalmente desconhecida, todavia pensa-se que seria por volta do ano 390 a.C., e neste caso, anterior à invasão dos gauleses.

O terceiro templo, sempre do mesmo feitio, era de pedra e com o telhado em madeira. Ardeu no ano 241 a.C..
O quarto templo, reconstruído pouco depois, aparece nos denários de QVINTVS CASSIVS em 55 a.C.. É um edifício redondo com a estátua de Vesta no cimo.
       
QVINTVS CASSIVS – Denário cunhado em Roma em 55 a.C..
Anv. Cabeça velada de Vesta à direita
Q. CASSIVS VEST
Rev. Templo circular com a estátua de vesta no cimo, uma cadeira curule no interior,
no campo uma urna e tabblete com a inscrição AC.
(Ref. Sydenham-917,C428 – Sear-389)


Permaneceu assim mais de dois séculos, até que Augusto tomou a decisão de o reconstruir em mármore, o que não impediu a sua destruição aquando do grande incêndio no ano 64. 

O quinto templo, construído por Nero, durou poucos anos.
Era de estilo jónico e com seis colunas. A sua representação nas  moedas  mostra-nos  a  estátua  de  Vesta entre duas colunas.

Nero - Denário cunhado em Roma em 54-58
Anv. Nero laureado à direita
NERO CAESAR AVGVSTVS
Rev. Templo com a estátua de Vesta no interior - VESTA
(Ref. Ric - 062)

O sexto templo é da época Flaviana e aparece nas moedas de Vespasiano, Tito e Domiciano. Num áureo de Vespasiano, o templo é ladeado por duas estátuas. 

Vespasiano - Áureo cunhado em Roma no ano 73
Anv. Nero laureado à direita
IMP CAES VESP AVG CEN
Rev. Templo de Vesta com a deusa em pé no interior com uma patera e um cepro,
ladeado por duas estátuas com ceptros longos - VESTA
(Ref. RIC-515, Cohen-578, BMC-107)

O sétimo e último templo foi construído por Caracala, por volta do ano 214 e aparece nas moedas de Júlia Domna.
A sua representação nas moedas, mostra-nos um templo com quatro colunas e cúpula redonda sobrelevada por uma estátua.
No exterior quatro Vestais, a sacrificar num altar enfeitado e o fogo aceso.

Júlia Domna - Dupôndio cunhado em Roma em 214, no reinado do seu filho Caracala
IVLIA PIA FELIX AVG
Rev. Cena sacrificial diante do templo de Vesta com com seis vestales veladas, quatro
adultas e duas crianças  - VESTA AVG
(Ref. RIC-607, Cohen-234, BMC-232)

MGeada

Bibliografia
Anastasie Catsanou; Le Statut jurudique des vestales, 1981.
Corine Leveleux; les Vierges folles: image des vestales chez les auteurs chrétiens
latins, Paris, 1992, pag.174.
Paul Dupays; Vestales, feux sacré de la resintance, chronique histórique, Londres,
editions de la critique, 1951, pag.176


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