segunda-feira, 26 de junho de 2017

Barcos na numismática romana

Se o anverso das moedas romanas nos dão uma verdadeira galeria de retratos realistas de imperadores e imperatrizes, os “reversos” dessas moedas são uma riqueza de informações sobre múltiplos eventos, crenças, monumentos, guerras, vitórias etc,.

Verdadeiro instrumento de propaganda; mais eficaz que qualquer discurso, ou reclame, como naquela época não havia jornais nem audiovisual, porque não se servir da moeda que utilizavam todos os dias....

Talvez seja esta, uma das razões que originaram a minha paixão por este tipo de moedas. Todos estes testemunhos da vida dos romanos.

Segue-se uma pequena demonstração com um tema que procurei nessas moedas da Répública e império Romano, representando barcos ou parte destes.

Vamos começar com esta onça da República Romana representando a proa de um navio.


República Romana
Onça em bronze cunhada em 217-215 a. C.
Anv. Cabeça de Minerva à esquerda , com capacete ático, 1 glóbulo por trás da cabeça,
Rev. Proa de barco e  glóbulo,  ROMA
(Ref. BMC/RR-88, pl.11/5, CRR- 86 (2) pl. 14, RCV-615, MRR-108)

República romana


M. Vargunteius (Vargunteia)-2 Semisses cunhados em Roma em 68 a.C.
Anv. Saturno laureado à direita , S=Semisse
Rev. proa de Galera, M VARG
(Ref. Crawford-272/2, Sydenham-508)

Magnífica galera neste denário de Claudius Macer.

4
Claudius Macer-Denário cunhado em Cartago em 68 a.C.
Anv. Clodius à direita, L CLODIVS MACER  SC
Rev. Galera com cinco remadores e treze remos, PRO PRAE AFRICAE
(Ref. RIC-37 var. BMC 01, C13, Hewitt-62-71, Kent-Hirmer pl.59,206)


Sexto Pompeio e Q. Nasidius-Denário cunhado na Sicília em 43-48 a.C.
Anv. Pompeio à esquerda, tridente, e golfinho, NEPTVNI
Rev. Batalha naval entre dois barcos de cada lado, Q. NASIDIVS
(Ref. Crawford-483/1, Sydenham-1351)


Otávio e Júlio César -Duponduo cunhado em Viena, cerca de 36 a. C.
Anv. Cabeças opostas de Otávio à esq. e Júlio César à dir.,
IMP CAESAR DIVI IVLI
Rev. Proa de galera,  CIV
(Ref. DLT-2943, RPC I-517)

Marco António-Denário cunhado em Patrae (Patras), 32-31 a.C.
Anv. Galera com 12 remos e 8 remadores, ANT AVG III VIR R P C
Rev. Águia legionária entre duas insígnias, LEG II (segunda legião)
(Ref. Sydenham-1216, Sear-88)

Império romano

Vespasiano-Denário cunhado em Roma, 77-78
Anv. Vespasiano laureado à esquerda,
IMP CAESAR VESPASIANVS AVG
Rev. Proa de navio,  COS, estrela com 8 raios = COS VIII, (oitavo ano do seu consulado)
(Ref. RIC-942, Sear-2290, RSC-137)

Do mesmo imperador, 1 asse com uma Vitória sobre a proa de um navio, simbolizando uma vitória marítima de Vespasiano

Vespasiano-Asse cunhado em Roma no ano 71
Anv. Vespasiano laureado à direita,
IMP CAES VESPASIAN AVG COS III
Rev. Vitória sobre a proa de um navio, VICTORIA NAVALIS S C
(Ref. RIC-503, Cohen-632, BMCRE-616)

Também existe um asse do imperador Tito com o mesmo reverso.

Tito-Asse cunhado em Roma no ano 73
Anv. Tito laureado à direita, T. CAES IMP PON TR P COS III CENS
Rev. Vitória sobre a proa de um navio simbolizando uma vitória marítima do imperador, VICTORIA NAVALIS S C
(Rev. RIC-644, BMCRE-677, Sear-2485) 


Marco Aurélio-Dupôndio cunhado em Roma em 117
Anv. Marco Aurélio com coroa radiada à direita,
M ANTONINVS AVG GERM SARM TR P XXXI
Rev. Galera com 4 remos, 4 remadores e Netuno na proa,
IMP VIII COS III  S C-FELICITATI AVG P P
(Ref. RIC-1193, Cohen-189)

Adriano-Sestércio cunhado em Roma, 132-134
Anv. Adriano laureado e drapeado à direita, ADRIANVS AVGVSTVS
Rev. Galera militar com 12 remos, 6 remadores, timoneiro, leme e 2 insígnias militares,
FELICITATI AVG COS III P P  S C
(Ref. RIC-704)

Cómodo-AE 26 cunhado em Cízico (Mísia), 166/177
Anv. Cómodo laureado e drapeado à direita,
A AVP KOMOΔOC KAICAP ΓEP NEOK
Rev. Galera com 6 remos, 5 remadores e timoneiro,
KYSI KHNΩ-N NEOK (em três linhas)
(Ref. BMC-245, Rignetti-699, Weber-5060)

Cómodo-Tetradracma cunhado em Alexandria 188-189
Anv. Busto de Cómodo laureado à direita,
M A KOMANT CEB EVCEB.
Rev. Navio mercante romano (denominado  de “Corbita”)  LKΘ
(Ref. Sear-5927, Datari-3903, Milne-2683)

«Este navio faz referência à frota africana organizada em urgência pelo imperador Cómodo em 186, quando devido à penúria egípcia faltou o trigo em Roma .
Esta frota tinha por missão procurar trigo na África. O sucesso da operação deu lugar à glorificação do imperador e da sua frota. (Visível nesta moeda)».

Excelente denário de Marco Aurélio, comemorativo do segundo centenário da batalha de Áccio, durante a guerra civil romana entre Marco António, apoiado pelos barcos  da Rainha Cleópatra VII do Egito, contra Octávio (futuro Augusto) vencedor desta batalha.

Marco Aurélio-Denário cunhado em Roma em 168
Anv. Águia legionária entre duas insígnias militares,
ANTONINVS ET VERVS AVG REST LEG VI
Rev. Galera com 8 remos, 6 remadores e timoneiro,
ANTONINVS AVG VR   III VIR R P C
(Ref. RIC III-443, BMCRE-500, RSC-83)

Moedas de Septímio Severo imperador e Caracala co-imperador com seu pai Septímio S. 25-05-198/04-02-211.

Septímio Severo-AE 24 cunhado em Corfu (ou Córcira), 193-211
Anv. Septímio laureado à direita, A K L  CEΠ C  EVHPOC PE,
Rev. Galera com vela, 5 remos, 5 remadores piloto e golfinho, KOPKV  NΩPI
(Ref. BMC-662, Evelpidis-2030 Cop 263)

Septímio Severo-8 assários cunhado em Abidos, Abido ou Abdju (Egito)
Anv. Septímio laureado e drapeado à direita, AVKAI L CEΠTIMIOC
Rev. Na galera da frente:  Atena  (minerva dos romanos) sentada com um escudo na mão direita.
Na segunda galera: Alexandre o Grande em pé na proa duma galera com uma lança na mão esquerda, dois soldados, busto de Atena na proa da galera: na torre, um soldado com uma trombeta. ΦA ΠPOKΛ ABVHNΩ N
(Ref. Trell pg. 221, fig.486-(extremamente rara, 2 exemplares conhecidos))  


Caracala-Denário cunhado em Roma 201-206
Anv. Caracala laureado e drapeado  à direita,
ANTONINVS PIVS  A V G
Rev. Galera com 8 remos, 5 remadores e leme, ADVENTvs AVGGvstorvm (O regresso dos Augustos)
(Ref. RIC -4/120, BMC-5/267, RSC-1914)

As legendas tipo adventus (= chegada) comemoram a chegada do imperador a Roma aquando do início do reinado, o regresso de uma viagem ou, de uma campanha militar.

Caracala-Denário cunhado em Roma em 202
Anv. Caracala laureado e drapeado  à direita, ANTONINVS PIVS  A V G
Rev. Galera com 8 remos, 5 remadores e leme, ADV ENT AVGVSTOR (O regresso dos Augustos)
(Ref. RIC-121, Sear-6791)

Após cinco anos de ausência, no ano 202, Septímio Severo e Caracala chegaram a Roma depois das suas vitoriosas campanhas militares, que deram origem à criação da província da Mesopotânia. 

Estes dois reversos comemoram o regresso de Septímio Severo e Caracala a Roma após a sua estadia na África.

A legenda clássica  "ADVENTVS AUGVSTVS" é frequentemente associada a uma tipologia que mostra o imperador a cavalo na atitude do “adlocutio” (discurso, que era costume o imperador fazer perante as tropas e cônsules, aquando do regresso das suas campanhas) que faz a sua entrada na “URBS”.
Neste caso, os dois co-imperadores regressam do Egito de barco, daí a adoção deste tipo específico a"galera".

(UBRS: Até cerca do ano 350, era uma parte da cidade de Roma delimitada pelo recinto sagrado, o “Pomoerium”. Este neste espaço se tomavam as decisões políticas, era a sede do governo e, o centro de espiritualidade do Império.
Para Além da Urbs, por conseguinte do Pomoerium, encontram-se os bairros populares também conhecidos por subúrbios, assim como as necrópoles).

Constantino I-AE 14 cunhado em Tréveris cerca de 317-326
Anv. Constantino laureado e drapeado à direita, CONSTANTINVS  A V G
Rev. Isis segurando a vela de uma galera com 10 remos, VOTA PVBLICA
(Ref. Vagi-3424, RICp-208, Cohen-720).

Nas cunhagens do imperador Póstumo as galeras aparecem  em  antoninianos, denários, sestércios e duplos sestércio.

Postúmio-Antoniniano cunhado em Roma 260-268
Anv. Póstumo com coroa radiada à direita, IMP C POSTVMVS P F  AVG
Rev. Galera com 6 remos, 4 remadores e timoneiro, LAETITIA AVG
(Ref. RIC-73, RSC-167, Sear-10958).

Póstumo-sestércio cunhado em Cologne em 261
Anv.Bustos de  Póstumo e Hércules laureados e drapeados à direita,
 POSTVMVS PIVS AVG
Rev. Galera com 8  remos e 4 remadores,
FELICITAS EMP
(Ref. RIC-144, Cohen-186 var.)


Póstumo-Sestércio cunhado em Cologne  em 261
Anv. Póstumo laureado e drapeado à direita,
IMP C POSTVMVS PIVS AVG
Rev. Galera com 4 remadores e timoneiro,
LAETITIA AVG  SC
(Ref. ric-144, Cohen-186 var.)

Póstumo-Duplo sestércio cunhado em Cologne, 260-269
Anv. Póstumo com coroa radiada e drapeado à direita,
IMP C M CASS LAT POSTVMVS P F AVG
Rev. Galera com 4 remadores e timoneiro, LAETITIA 
(Ref. RIC V- 142, Cohen-165, Sear-11049var.)

Caráusio-Denário cunhado em Londres, cerca de 287
Anv. Carásio laureado e drapeado à direita,
IMP CARAVSIVS PF A V G
Rev. Galera com mastro, 6 remos e 4 remadores, FELICITA   RSR
(Ref.RIC-560, Cohem-65, Shiel-47,50 e 52, Gâchete-13511)

Quinários de Aleto ou Alecto: ursupador romano contra o imperador Dioclesiano na Britânia e Norte da Gália entre 293 e 296. Assumiu o trono da Britânia depois de assssinar Caráusio, este próprio também ursupador.

Aleto-Quinário cunhado em Camuloduno, 293-296
Anv. Aleto com coroa radiada e drapeado à direita,
IMP C ALLECTVS P AVG
Rev. Galera com mastro, 6 remos e 4 remadores, LAETITIA  QC
(Ref. RIC V-2-125, Sear-13866) 

Aleto-Quinário cunhado em Camuloduno, 293-296
Anv. Aleto com coroa radiada e drapeado à direita,
IMP C ALLECTVS P F AVG
Rev. Galera com mastro, 5 remos e 5 remadores, VITVS AVG QC
(Ref. RIC V-126, Burnett-213)

Houve grande número de reversos fazendo referência aos barcos:  não os podemos aqui citar todos e vamos passar diretamente para o século IV com duas “Majorinas” do imperador Constâncio, que mostram o imperador em pé, numa galera conduzida por uma Vitória, sentada com o leme na mão navegando para a esquerda.

Constante I-AE 30 cunhado em Aquileia, 348~350
Anv. Constante com diadema e drapeado à direita,
DN CONSTANS AVG A
Rev. Constante com uma Vitória na mão direita, estandarte com o
Cristograma na esquerda,em pé numa galera conduzida por uma Vitória,
FEL TEMP REPARATIO AQT A
(Ref. VIII-Aquileia 118)

Foi no reinado do imperador Constantino I que o “Cristograma” (símbolo cristão) apareceu pela primeira vez numa moeda.

Constante I-AE 30 cunhado em Antioquia, 348-350
Anv. Constante com diadema e drapeado à direita,
DN CONSTANTS P F AVG
Rev. Constante em pé numa galera conduzida por uma Vitória,
com uma Fénix na mão direita e um estandarte na esquerda,
FEL TEMP REPARATIO
(Ref. RIC VIII-Antioquia 124)

Teodósio I-AE 23 cunhado em Constantinopla, 378-383
Anv. Teodósio com capacete, e couraça e lança à direita,
DN THEODOSIVS PF AVG
Rev. Teodósio em pé, numa galera conduzida por uma Vitória,
GLORIA ROMANORVM CONA  
(Ref. RIC IX-52c,a, Gâchette-20478)

Teodósio I-Áureo cunhado em Constantinopla,382-383
Anv. Teodósio com diadema e drapeado à direita,
THEODOSIVS  PF AVG
Rev. Teodósio com um globo na mão esquerda, um cetro na direita, sentado numa galera
CONCORDIA AVG GG CONOB
(Ref. RIC IX-45,d5)  

Não podia terminar este pequeno trabalho, sem aqui mostrar o célebre e magnífico sestércio do imperador Nero, representando o Porto de Óstia, considerado uma das mais belas representações numismáticas.

Nero-Sestércio cunhado em Roma no ano 64
Anv. Nero laureado à direita,
NERO CLAVDIVS CAESAR AVG GER P M TR P IMP P P
Rev. Porto de Óstia – AVGVSTI SPQR OST
Em cima e ao centro, um farol sobrelevado com a estátua de Neptuno:
em baixo o (rio) Tibre semi-deitado com um remo e um golfinho:
à esquerda o cais sobrelevado : à direita uma fiada de estacas ligadas umas às outras:
a parte central é toda ocupada por uma esquadra de barcos. (o número de barcos pode variar de uma emissão para outra).
(Ref. RIC I-178 var., Cohen-41,WCN-120)

(Este sestércio comemora o fim da construção do primeiro porto marítimo de Roma, situado a cerca de quatro kilómetros a norte de Óstia.
A sua construção teve início no ano 42, no reinado do Imperador Claudio, e terminada por Nero em 64 ou 66 ?.
Para proteger o porto das grandes tempestades e regular a circulação, na entrada foi construído um farol que mais tarde foi encimado com uma estátua de Netuno.
Com este melhoramento, o porto ficou dotado com uma entrada e uma saída.
A sua construção foi muito lenta e difícil,  porque a bacia do porto era muito arenosa.
Para este trabalho, utilizaram um barco de grande carga, onde préviamente  o imperador Calígula transportou do Egito para Roma, o obelisco que colocou no seu, “Circo de Calígula”; mais tarde, o imperador Nero colocou-o no jardim de Agripina Maior).

Reprodução recente de um sestércio de Nero (vendida a 8 euros)

Para terminar vamos falar de barcos encontrados na net.

Se do século XVI au século XVIII, o termo galera designou um tipo preciso de navio de guerra a remos, hoje tomou um sentido mais generalizado porque todos os barcos de combate da antiguidade, idade média, período clássico e até ao início do século XIX, que viu o seu desaparecimento, são designados por esse nome “galera”.

Galera: sinónimo de “barco longo”, expressão antiga que designava uma embarcação longa e estreita, de forma a dispor em cada bordo, o maior número possível de remos, por oposição ao barco a velas obrigatoriamente largo e profundo, para que a força do vento nas velas não o virasse.
Em seguida, com o aparecimento dos barcos a velas cada vez mais finos, a velha “galera” que tantos serviços prestou da antiguidade até ao início do século XIX, começou a rarear, e desapareceu completamente com o aparecimento dos barcos a vapor.




Galera Birreme

Galera da antiguidade com duas fileiras de remos de cada lado.
Eram navios de guerra gregos inventados no século VII a.C., mais tarde utilizadas pela marinha romana, em especial no contexto das guerras Púnicas.
Para aumentar a velocidade dos navios sem reduzir a sua capacidade de manobra, foi adicionada mais uma fiada de remos intermediária à primeira fileira.
Com este método os navios tornaram-se mais rápidos sem todavia aumemtar o seu tamanho

No início do combate, as birremes utilizavam a força dos seus remadores para perfurar o casco do inimigo, depois a abordagem munidos de espadas e escudos .
                 

Galera Trirreme

A galera trirreme : apareceu no século V a.C., foi utilizada pelos gregos e posteriormente pelos romanos.
Esta galera caracteriza-se  por três fileiras de remos. Cada remo era movido por um remador e, dispostos  de forma que todos pudessem remar sem incomodar os outros.
Ao contrário dos romanos que pretendiam não destruir o inimigo mas sim capturá-lo, a trirreme grega  era especialmente utilizada para abalroar navios inimigos.

               
Galera Ibérica

A galera Ibérica do Atlântico, não é muito diferente do mesmo tipo de navio utilizado pelos árabes no ocidente do mar Mediterrâneo.
Dos países da Península Iberica, nem Portugal nem Castela e Leão se destacaram pelas suas galeras.
Portugal tinha um mar oceano onde este navio não era muito adequado: Castela tinha uma costa atlântica no norte (Galiza, Astúrias e Cantábria) que lhe colocava o mesmo tipo de problemas.
A sul os navios dos dois países também operavam no Mediterrâneo juntamente com os navios do reino de Granada e, posteriormente  pelos corsários berberes que foram expulsos do sul de Espanha.

Galera Veneziana


Veneza utilizou galeras desde o início da sua  República do século IX até 1797.
Este tipo de navio, foi o principal apoio do poderio naval veneziano que foi evoluindo ao longo dos séculos, até que com a chegada do canhão, começaram a ser equipadas com um ou dois na proa.
Bem armadas, no século XVI estas galeras tiveram um rolo fundamental na batalha de Lepanto, derrotando algumas  frotas dos reinos Habsburgo. 

MGeada

Bibliografia

Wikipédia
Fillipo Coarelli; Guide Archeologique de Rome, 1999.
Jean-Antoine Barras de la Peine ; La Science des Galères,  1667.
Jeannine Siat; Promenades Romaines, Le port d'Ostie, Lethiellux 2004.
Magazine Neptunia ; La revue des Amis du Musée de la Marine.



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