quinta-feira, 1 de junho de 2017




Galiano 253-268, e as cunhagens das legiões.

Galiano-Áureo cunhado em Roma
Anv. Galiano com capacete, couraça, espada ao ombro e escudo,
IMP GALLIENVS AVG
Rev. Fides em pé, entre duas insígnias militares.
FIDES MILITVM
(Ref. RIC-10, Cohen-230)

1-Histórico

Em setembro do ano 253, Valeriano foi proclamado IMPERATOR  AVGVSTVS pelos seus soldados e associou ao trono imperial seu filho Galiano.

Os dois imperadores vão reinar juntos de 253 a 260, mas, em 260 Valeriano então com 67 anos de idade, foi vencido por Sapor I rei dos Persas e, foi a primeira vez na história de Roma que um imperador romano ficou cativo.

Como prisioneiro, Valeriano  assim como todos os seus  soldados capturados, foram forçados  a participar na construção de uma barragem, que os persas construiam perto da cidade de Gundesapor.
O imperador irá perecer em cativeiro após ter subido as humilhações do rei persa que, entre outras, também se servia dele como estribo para subir para o cavalo.
Escritores cristãos afirmam que após a sua morte, o corpo de Valeriano foi empalhado, pintado de vermelho e pendurado no teto de um tempo.

Galiano agora único governador do Império, continua a lutar com as invasões bárbaras cada vez mais numerosas: Francos, Alamanos, Marcomanos, Quados e Godos das regiões do Danúbio e outros.
Os Francos tornaram a invadir a Gália atravessando o Reno (perto de Colônia) e os Alamanos fizeram o mesmo forçando a fronteira da Récia.

Enquanto combatia na Récia, Galiano ordenou a Póstumo de resistir aos francos com a ajuda de algumas das legiões, que guardavam a fronteira do Danúbio.

Ingênuo (em latim, Ingenuus) então governador da Panônia Inferior, ao ver as suas províncias danubianas sem  defesa contra os ataques dos bárbaros;  manisfestou o seu desacordo ao imperador, ao mesmo tempo que lhe contestou o poder em Panônia.

Para reprimir esta usurpação, Galiano enviou o seu general e comandante da cavalaria Aureolo (Aureolus) combater Ingênuo que derrotou em Mursa no ano 258.
O general acabou por abandonar Galiano no ano 267.

Regaliano (Regalianus) dois anos depois, tomou o poder na mesma região em Panónia, (hoje Áustria e Hungria) que Ingênuo, após do fracasso da revolta deste último.
Todavia nunca foi possível saber se as duas rebeliões tiveram alguma ligação entre elas.

Na verdade, Regaliano foi nomeado imperador para se ocupar dos imperativos de ordem militar.
A população indígena da periféria de Carnunto (cidade de guarnição do Alto Danúbio, a cerca de 20 km a leste de  Viena), ameaçada por uma iminente invasão dos Sármatas e, completamente desemparada, não sabia a qual autoridade deviam pedir auxílio para os defender.
A História de Augusto, pretende que Regaliano morreu “por instigação dos Roxolanos (outra tribo bárbara), com a complicidade dos soldados e gentes da província, que temiam as represálias de Galiano. (Hist. Aug., Trente  Tyr., X,2).

Perante todas estas instigações e ursupações, Galiano mandou que se cunhassem emissões de moedas para os soldados. Todo este numerário, foi destinado aos legionários que pela sexta vez consecutiva, continuaram zelosos e fiéis ao imperador.

Estas emissões comemoram ao mesmo as vitórias de Galiano sobre Ingênuo e Regaliano. Congratulam a sexta aclamação de Galiano como imperador e, glorifica a atividade das legiões.
Cada legião, recebeu ainda como recompensa pela  vitória alcançada no ano precedente contra os Alamanos, o título de “Pia Fidelis”,.
(Pia Fidelis: forma feminina latina de “piedoso e fiel”, cognome atribuído pelo imperador a  muitas legiões romanas, quando lhe tinham demonstrado a sua devoção e lealdade.
Algumas legiões receberam esta honra muitas vezes, e portanto numerosas recompensas).

2- As legiões

Cada legião era autónoma e tinha cerca de 5 600 a 6 000 soldados; por vezes mais.
Geralmente a infantaria tinha 5 500 homens divididos em 10 (cohortes) grupos.
O primeiro composto por 1 000 homens era chamado de milliaria, e os restantes 9 compostos por 500 homens, quinquenaria).
A estes números adicionava-se a cavalaria, um grupo de 120 homens, destribuídos em 4 esquadrões (turmae) destinada principalmente a expedições punitivas.

(Durante as suas campamhas na Gália, as legiões de Júlio César nunca tiveram mais de 3 000 soldados.)

Cada legião tinha um número de ordem e um apelido. Ao lado do número de ordem, encontramos os apelidos que proveem do nome das províncias onde as legiões combateram ou, o lugar onde elas foram formadas: (Italica, Gallica, Hispanica... etc.)

Outras tinham nomes de algumas divindades, (Minerva, Apollinaris etc.), outros sobrenomes proveem de particularidades devido à sua formação, (Adiutrix=suplementária, Primigenia=legiões formadas por via de devisão).

Finalmente ao lado dos sobrenomes, encontramos os epítetos que correspondem às recompensas que receberam, devido à sua devoção ao culto do imperador, (Pias, victrix, fidelis...)

Legião I Adiutrix (Capricórnio)
Aquarteladaem Brigécio-Panônia Inferior

Galiano
Rev.  Capricónio, LEG I ITAL VI P VI F
Comemoração da participação da Legião I, na batalha contra Ingênuo
(Ref. RIC- 315)

Galiano
Rev. Capricórnio, LEG I ITAL VI P VI F
Comemoração da participação da Legião I, na batalha contra Ingênuo
(Ref. RIC-315)

Segundo Dião Cássio, a Legião I Adiutrix foi fundada no reinado de Galba.
Durante a guerra de sucessão ela tomou o partido de Otão, foi vencida por Vitélio que a enviou para Espanha, e mais tarde para a Germânia.
No ano 83, esta  legião também participou na guerra de Domiciano contra os Catos ou Cáticos, (antiga tribo germânica).

Alguns anos depois, a Legião I também defendeu a Moesia contra os dácios.
Foi aquando da nominação de Nerva como imperador, que ela obteve o seu primeiro título de Pia Fidelis.
O imperador Trajano também a utilizou  a Legião I Adiutrix, para conquistar a Dácia e, também fez parte das três legiões que ocuparam o território Dácio.
Esta mesma legião, também serviu o imperador Trajano nas suas operações contra o império Parta.
Finalmente o imperador Adriano aquartelou-a em Panónia.

Por cerca dos anos 171-175, a Legião I Adiutrix foi comandada por Pertinax que se tornou imperador em 193.
Depois do assassinato deste imperador efémero, a Legião I juntou-se a Septímio Severo e participou na marcha sobre Roma contra Dídio Juliano.
Imediatamente após esta vitória, foi enviada combater Pescênio Níger e em seguida, combateu contra  o Império Parta.

Durante o reinado de Galiano, a Legião I Adiutrix esteve sempre aquartelada em Panônia.
Os títulos dados nesta moeda são “sextum pia, sextum fidelis”. Ela participou na vitória contra os ursupadores Regaliano e Ingênuo.
Os seus emblemas eram o Capricórnio e o Pégaso.

Legião I Adiutrix (Capricórnio)
Aquarteladaem Brigécio-Panônia Inferior

Galiano
Rev. Javali, LEG I ITAL VI P VI F
(Ref. RIC-320)

Legião I de Minerva (Minerva)
Aquartelada em Bona (Germânia Inferior) Alemanha

Galiano
Rev. Minerva, LEG I MIN VI P VI F
(Ref. RIC-322)

Galiano
Rev. Minerva, LEG I MIN VI P VI F
(Ref. RIC-322)


Legião II Adiutrix  (Pégaso)
Aquartelada em Aquinco (Panônia Inferior) Budapeste

Galiano
Rev. Pégaso, LEG II ADI VI P VI F
(Ref. RIC-324)

Galiano
Rev. Pégaso, LEG II ADI VI P VI F
(Ref. RIC-324)


Legião II Pártica (Centauro)
Aquartelada em Alba (Itália)

Galiano
Rev. Centauro, LEG II PART VI P VI F
(Ref. RIC-332)

Legião II Italica (Loba, amamentando Rómulo e Remo)
Aquartelada em Lauriacum (Nórica) perto de Linz, Áustria


Galiano
Anv. Loba amamentando Rómulo e Remo,  LEG II IT AL VI P VI F
RIC-329

Legião III Italica (Cegonha)
Aquartelada em Castra Regina, (atual Ratisbona)  Alemanha 

Galiano
Rev. Cegonha,  LEG III ITAL VI P VI F
(Ref. RIC-339)

Galiano
Rev. Cegonha, LEG III ITAL VI P VI F
(Ref. RIC-339)

Galiano
Rev. Cegonha, LEG III ITAL VI P VI F
(Ref. RIC-339)

Legião IV Flavia (Leão)
Aquartelada em Sigidunum -Mésia ou Moésia Superior, (atual Sérvia)

Galiano
Rev. Leão, LEG IIII FLVI P VI F
(Ref. RIC-343)

Legião V Macedónica (Águia a ser coroada por uma Vitória)
Aquartelada em Potaissa-Dácia (atual Roménia)

Galiano
Rev. Águia a ser coroada por uma Vitória,  LEG V MAC VI P VI F
(Ref. RIC-345)


Legião VII Claudia (Touro, Bisonte ou Leão com chifres)
Aquartelada em Viminacium (Mésia ou Moésia Superior) atual Sérvia

Galiano
Rev. Bisonte ?, LEG VII CL VI P VI F
(Ref. RIC-348)

Legião VIII Augusta (Touro, Bisonte ou Leão com chifres)
Aquartelada em Argentorato durante muitos anos?(atual Estrasburgo-Alsácia. França)

Galiano
Anv. Touro, LEG VIII AVG VI P VI F
(Ref. RIC-353)

Fundada por Júlio César (13 de julho100 a.C.-15 de março 44 a.C.), continuou ao serviço de Roma durante 400 anos.
Diz-se ter sido fundada no ano 59 a.C., (mas possivelmente mais cedo).
Entre 58 e 49 a.C., combateu nas guerras gaulesas e, no ano 49 a. C., a Legião VIII, acompanhou Júlio César na travessia do rio Rubicão para entrar na Itália e, foi ela que em primeiro entrou em Roma.

No início da guerra civil entre César e Pompeio, a Legião VIII teve muitos sucessos especialmente na Batalha de Farsalos.
A VIII também estava no Egito quando Júlio César instalou Cleópatra VII, no trono do país.
No ano 46 a. C., a Legião VIII, ainda participou na Batalha de Tapso (Tunísia moderna), antes de ser desmobilizada.
A VIII, era a legião preferida de Júlio César que também tinha muito em consideração, as legiões  IX e X.
No ano 44 a.C., Octaviano voltou a reconstituir a legião VIII, que o ajudou a assumir o controle da República e transformá-la num império.
Esta reconstituição e fidelidade justificam o apelido dado à legião “Augusta”.

Legião X Gemina, (Touro, Bisonte ou Leão com chifres)
Aquartelada em Vindobana (Viena) Panônia Superior , a partir do II século da nossa era. 

Galiano
Rev. Leão com chifres, LEG X GEM VI P VI F
(Ref. RIC-357)

Legião XI Claudia (Netuno)
Aquartelada em Dorosturum na Mésia ou Moésia Inferior, (atual Silistra-Bulgária)

Galiano
Rev. Netuno, LEG XI CL VI P VI F
(Ref. RIC-359)

Também existe para esta legião, um único tipo conhecido,  referenciado por C G B
(Compagnie Général de Bourse)

Galiano
Anv. Javali, LEG XI CL VI P VI F
(Legio undecima Claudia, sextum pia, septimum fidelis)
(Ref. RIC- ?)

A única legião com o javali como símbolo, é a Legião I Italica.
Estas duas legiões estavam aquarteladas desde meados do século II na Mésia (ou Moésia) Inferior.

É possível que seja um erro do escultor que tenha confundido os dois símbolos: Netuno para a Legio XI Claudia Pia Fidelis e, o Javali  da Legio I italica.
A décima primeira legião Claudia, no início esteve aquartelada em Vindonissa na Germânia Superior, e mais tarde em Durostrum, Panônia Superior.

Eric Huysecom (antropólogo), no seu estudo sobre as moedas das legiões, fez uma observação interessante quanto o que a Legião I Italica e Claudia, as duas aquarteladas na Mésie Inferior têm dois emblemas dois quais um é um javali.
O antropólogo interroga-se sobre a relação  entre a representação do javali e a Mésia Inferior? 

Legião XIII Gemina (leão a ser coroado por uma Vitória)
Aquartelada em Apulum, na Dácia (Roménia), e Ratiaria, Dácia Ripense (Bulgária)


Galiano
Rev. Leão a ser coroado por uma Vitória, LEG XIII GEM VI P VI F
(Ref. RIC-360)

Legião XIIII Gemina (Capricórnio)
Aquartelada em Carnunto, Panônia Superior (Áustria)

Galiano
Rev. Capricórnio, LEG XIIII GEM VI P VI F
(Ref. RIC-361)

Legião XX (Capricórnio)
Local do aquartelamento desconhecido

Galiano
Rev. Capricórnio, LEG XX VI P VI F
(Ref. RIC-364)

Legião XXII (Capricórnio)
Aquartelada em Mongontiacum,  Germânia Superior

Galiano
Rev. Capricórnio, LEG XXII VI P VI F
(Ref. RIC-366)

A Legião XXII Primigenia assim como a Legião XV Primigenia, foram fundadas pelo imperador  Calígula no ano 39 d. C., na ocasião da sua campanha contra os Catos (tribo germânica antiga).
Ela obteve o número XXII, em honra da Legião XXI (Rapax) que ela devia acompanhar a Xanten, (conhecida como Colônia Úlpia Trajana durante o período romano e foi a base de muitas legiões romanas na chamada Casta Vetera).
A Legião XV Primigenia foi criada para ajudar e servir a Legião XIV Gemina instalada em Mongotiacum (atual Mainz ou Mogúncia-Alemanha).
(Ver no fim, a conclusão do artigo).

Legião XXX Ulpia (Netuno)
Aquartelada na Germânia Inferior, na confluência dos rios  Reno e Lipp

Galiano
Rev. Netuno, LEG XXX VLP VII P VII F
(Ref. RIC-369)

Galiano
Rev. Netuno, LEG XXX VLP VII PVII F
RIC-369

A Legião XXX com o símbolo de Netuno, foi fundada pelo imperador Trajano que a aquartelou em Brigetio (Panônia Superior).
Trajano  combateu nas guerras dácias, também conhecidas por campanha dácia de Trajano, onde ele se  destacou e obteve o título de Victrix. Um dos seus destacamentos também participou nas guerras do Oriente.

No ano 119 a Legião XXX foi trasferida para Casta Vetera (Colónia Úlpia Trajana) que passou a ser a sua base militar.
Os seus destacamentos combateram na Mauritânia, sob o comando de Antonino Pio, no Oriente e contra os Marcomanos (tribo germânica) sob Marco Aurélio.

A Legião XXX também foi favorável a Septímio Severo, com o qual combateu na Birmânia.
Com Alexandre Severo, participou nas guerras romano-persas.
Também participou nas lutas dinásticas do século III.

Esta Legião desapareceu no século IV, mas, no século V, uma pseudo-legião derivada de uma das suas subdivisões, é considerada como uma Legião gaulesa.
No ano 260, sob as ordens de Póstumo, esta legião rebeliou-se contra Galiano.


Coortes Pretorianas(Leão com coroa radiada)
Aquarteladas em Roma
(Ver segundo capítulo: as legiões)

Galiano
Rev. Leão com coroa radiada, COHH PRAET VI P VI F
(Ref. RIC-370)

4-Conclusão

Apesar de todos os esforços de Galiano para as legiões lhe permanecerem fiéis, Aureolo, seu general que se distinguiu durante as campanhas militares, fez-se proclamar IMPERATOR AUGUSTUS em Milão pelos seus soldados, enquanto Galiano segundo Jordanes, (historiador de origem gótica, século VI), combatia os Godos, um povo germânico das regiões meridionais da Escandinávia.

É geralmente aceite que Galiano mandou cunhar moedas conhecidas como “emissões do bestiário”, para que os deuses o ajudassem na sua luta contra Aureolo que se tinha revoltado.
No ano 267, ele associou animais reais ou míticos, com legendas no anverso e reverso consagradas aos deuses do Panteão Romano evocando a sua proteção.

Seguem alguns exemplares a não confundir com as emissões das legiões:

Galiano
Rev. Cervo,  DIANE CONS AVG
(Ref. RIC-179)

Galiano
Rev. Antilope, DIANE CONS AVG
(Ref. RIC-181)

Galiano
Rev. Grifo, APOLLINI CONS AVG
(Ref. RIC-166)

Galiano voltou para a Itália e cercou Aureolo entrincheirado em Milão.
A vitória de Galiano estava práticamente adquirida quando uma conspiração foi formada entre os seus oficiais.
Com Aureliano (futuro imperador) à frente dos conspiradores, Galiano que contava 50 anos de idade, foi atacado de surpresa e ferido mortalmente.
Portanto, Galiano com a sua emissão do bestiário tinha pedido a proteção dos deuses e a fidelidade das legiões.
Quem foi o culpado? Certamente a época muito agitada: mas, um reinado de quinze anos nestas condições, já é muito excepcional.

Vamos regressar à cunhagem das legiões e falar no desastre de Varo:
Públio Quintílio Varo general romano, (c.46 a.C.-9 d.C9.

No ano 7, Augusto incubiu-lhe a organização da Germânia já conquistada na margem direita do Reno. A sua tentativa de substituir a lei germânica pela  lei romana  exasperou as populações.
Armínio, líder dos queruscos ganhou progressivamente  a confiança  de  Varo. Os germanos pareciam querer aceitar a dominação romana, pedindo com muita frequência a Varo para julgar os seus diferendos. 

No outono do ano 9, Armínio informou Vário que uma revolta ocorreu no interior da Germânia.
Imediatamente o general romano marchou para o local à frente de três legiões e algumas tropas germânicas.

Armínio conhecia bem o exército romano por ali ter servido, e as suas tacticas de funcionamento.
Uma vez chegados a uma região de muitos pântanos e florestas, os germanos abandonaram os romanos para se juntarem a outras tribos: a Batalha da Floresta de Teutoburgo (ou o massacre) durou vários dias.   

As tropas romanas foram massacradas, e Vário suicidou-se atirando-se sobre a sua espada.
O seu corpo foi todo mutilado e a cabeça enviada ao imperador  Augusto, que pronunciou esta frase.
«Vare, legiones redde» “Vare devolve-me as minhas legiões”.

Os números das legiões de Vário que foram exterminadas foram: XVII, XVIII, XIX, e estes números considerados nefastos, nunca mais foram atribuídos a outras legiões no império. Era assim o hábito na legião romana.

Há ainda uma outra moeda que não quizermos mencionar em cima e guardámos para o fim: é a RIC 362

Relativa à Legião XXII Primigenia, aquartelada em Mogontiacum, (atual cidade de Mainz-Alemanha), onde o gravador de cunhos fez o erro de notar II XX VI P VI F em vez de LEG XXII VI P VI F.

Galiano
Rev. Capricórnio, LEG IIXX VI P VI F
(Ref. RIC-362)

Com este erro na moeda, a Legião XXII transformou-se na Legião XVIII, número proibido após o desastre de Vário e, para maior infelicidade de Galiano...

(Nota sobre o touro, bisonte ou “leão com chifres”).
Numismatas profissionais, consideram que o peito largo, a cabeça erguida, a crina do leão nas moedas, não pode ser um touro.
Interpretam este tipo como um leão com chifres e, estes seriam o emblema de Diana.
Eric Huysecom interpreta o animal como um bisonte.



MGeada


Bibliografia
Burnett Andrw. La numismátique romaine , 1988.
Claude Nicolet ; Rome et la conquête du monde méditerranéen, éditions Puf, 2001.
Laurent Fleuret Les armées au combat dans les Annales de Tacite, Mémoire de maîtrise, Université de Nantes , 1997.
Mitchel Galleazzi ; Dictionaire Latin-Français aplique aux inscriptions monétaires romaines, 1994.
Pierre Cosme ; Les legions romaines sur le forum, Mélange de de l’ecole française de Rome, 1994.
Pierre cosme ; L’armée romaine , VIII siècle a.C., V siècle d.C., Armand Colin , 2007, pag 20.
Tive Live: Histoire Romaine: livre VIII, paragrafe 8,3.
Yann le Bohec ; L’armée romaine sous le haut empire, Paris, éditions Picard 2002,  3e. édition.

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